16 de jan. de 2010

MÚSICAlMENTE


E toca uma doce sinfonia de fundo, violinos, pianos, instrumentos de sopro e uma batida que vai crescendo do fundo da canção, parecendo crescer do fundo do peito. A canção me engole pra dentro dela, meu coração tem o ritmo de suas batidas. Sinfonia doce e sem letra, fez de mim seu autor, sua escrita e agora não canta nada por suas estrofes. Se um papel me voasse a mão, escreveria uma história, um refrão contaria o que há de bom, o que não. Vê-se confundir as cores da parede, a música muta tudo, estou tão perdido em mim que ando perdido entre as notas. Vagando pelos becos escuros de cada verso já formado, grudando palavras sem sentido, tentando criar letra, poesia, prosa...história. O objetivo de todos é criar história, seja com som, letra, vitória. Me fogem as palavras, mas o violino me inunda a mente e de repente, não mais que de repente vem de longe o doce da voz dela, musa minha trazendo letra e lágrimas formadas... É ela quem canta não eu, é ela quem é não eu... Não vejo mais o rosto dela, não há mais mão que me tire dessa velha poltrona, não há agulha que me crave outra música no disco. Já não sei há quanto tempo ela partiu, quantos dias se passaram desde seu último adeus. A voz dela me traz o que compus para a mais bela das flores. Minha letra, sua canção... Desabitada minha morada, resta-me o disco, a jornada que faço de encontro aos sons, pois fui privado por você de todos os outros sentidos. Agora apenas o ouvido funciona, apenas sua música toca. Assim... Amor Eterno... Terno, Inferno.

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