30 de jun. de 2010

Futuramente Presente


Chego à conclusão de que sonhar é individual, as pessoas não partilham os mesmos sonhos e talvez nem o mesmo objetivo. É difícil contar a história que me fez tirar essa conclusão... Ela ocorreu há muito tempo e até hoje o peso dela coloca meus ombros abaixo. Sou um escritor de longa estrada, faço isso pra ter o que comer. Tentei por vezes orgulhar meus pais com minha arte, mas eles morreram achando que eu não podia escrever assim tristemente, pois não tinha motivo para ser triste. Nunca tive o apoio para leitura ou para escrita, talvez não acreditassem em meu talento, ou apenas não me apoiaram pelo fato da escrita não ter me dado dinheiro naquela época. Mas eu segui, como um cego que busca um apoio, eu segui deitando a pena ao papel, contando histórias que eu julgava pertinentes, contando estórias que julguei bem pensadas. O papel de um escritor é viajar em sua própria mente morrer em seu ponto final e perpetuar-se em suas reticências. Pensei em destruir cada uma de minhas estrofes, guardar nas más lembranças a visão de mundo que eu tinha... Pensei em limitar minhas ilusões, em ser mais um reflexo do espelho que envolve a sociedade, quis largar o diferente e criativo e me apegar a cópia mal feita de uma história mal contada. Quando o monstro em nossa mente é mais forte que o medo em nosso coração, não há luta, a besta sempre vence... Assim continuei dando vazão aos urros intermináveis da minha cabeça... Continuei me apoiando nas minhas próprias pernas e ombros. Não sonho mais em receber apoio dos que amo, aqueles que nos amam são os que mais destroem nossas paredes... Eu me deito e me sujo em meus escritos até que eles me engulam para suas entrelinhas e eu preciso apenas disso.

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