30 de abr. de 2009
Sou do sereno poeta muito soturno
Três Apitos
Noel Rosa (Interpretado por Maria Rita)
Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você
Mas você anda
Sem dúvida bem zangada
Ou está interessada
Em fingir que não me vê
Você que atende ao apito de uma chaminé de barro
Porque não atende ao grito
Tão aflito
Da buzina do meu carro
Você no inverno
Sem meias vai pro trabalho
Não faz fé no agasalho
Nem no frio você crê
Mas você é mesmo artigo que não se imita
Quando a fábrica apita
Faz reclame de você
Nos meus olhos você lê
Que eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente
Impertinente
Que dá ordens a você
Sou do sereno poeta muito soturno
Vou virar guarda-noturno
E você sabe porque
Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto ao piano
Estes versos pra você
A pedido do Carlos, que me apresentou várias boas coisas de MPB \o/
29 de abr. de 2009
Roads
Portishead (Letra Original em Inglês)
Ahh, ninguém consegue ver?
Temos uma guerra para travar
Nunca achamos nosso caminho
Diferente ao que eles dizem
Como pode parecer tão errado?
Para esse momento
Como pode parecer tão errado
Tempestade...na luz da manhã
Eu sinto
Não posso dizer mais
Congelada para mim mesmo
Não tenho ninguém ao meu lado
E certamente isso não está certo
E certamente isso não está certo
Ahh, ninguém consegue ver?
Temos uma guerra para travar
Nunca achamos nosso caminho
Diferente ao que eles dizem
Como pode parecer tão errado?
Para esse momento
Como pode parecer tão errado
Sozinho
O Fim... Declarado
Alexandre Ferreira (AlxSeth)
O cheiro do seu corpo abandonou minha poesia
Suas unhas já não marcam as minhas costas
Sorrir por sorrir já não tira as pedras do caminho
Felicidade servida em vários copos
Absinto, mais absinto por favor
Quero esquecer seu corpo nessa fumaça de cigarro
Quero queimar esse amor escrito nas cartas
Quero pilhar o corpo podre de um poeta maltrapilho
21 de abr. de 2009
Citação do Dia
"Tudo que existe tem uma boa razão para existir, que há muito tempo desapareceu."
Saul Gorn (Cientista da computação, professor americano)
Saul Gorn (Cientista da computação, professor americano)
Relógio do Tempo Restante
O relógio toca, é a hora, é a hora, é a hora... O tempo passa, voa, navega, o tempo corre, o tempo foge o tempo expressa, a falta de tempo. O dia poderia ter 25 horas, pra eu dedicar uma hora pra mim. O dia poderia ter 10 horas, assim eu trabalharia bem menos, o dia poderia ser noite, a noite poderia ser dia. 20 anos de nada, o relógio continua com seu tic-tac, 20 anos de luta e choro, sorriso e lágrimas. 20 anos de coração partido, de coração doente, de coração quebrado, de coração remendado. Hoje, ao 20 vejo que tudo passa tão rápido, restam 15, 15 anos que passarão ainda mais rapidamente, restam 15 anos para todos os projetos concluir. 15 anos mais de poesia pra cantar, de lágrima pra chorar, 15 anos mais delutas pra vencer de amores pra matar. Vejo-me desperdiçando meu tempo na frente de um computador velho, escrevendo textos que quase ninguém lê, esperando a idéia que vai dar origem ao livro que eu tenho 15 anos pra lançar, esperando a idéia que possa me fazer sentir útil, quando útil é o que eu não me sinto.
O relógio pregado a parede como cristo a cruz, o cristo pregado a madeira, como eu ao chão, eu pregado ao chão, como sangue em veias, sangue pregado ao chão, escapado do meu corpo. Daqui 15 anos, uma profecia, um tic-tac, um silêncio que será eterno e uma "pós-vida" para desbravar.
19 de abr. de 2009
Citação do Dia
"A essência da tristeza emite vinte sombras que com a tristeza se parecem, (...) porque os olhos do desgosto, cegados pelas lágrimas, dividem cada corpo em mil pedaços."
William Shakespeare
William Shakespeare
O Escuro
Você tenta fugir incansavelmente do seu passado ainda marcado na sua carne, tenta negar o coração batendo forte e o sangue correndo por suas veias cada vez mais rápido, você nega o passado, mas ele ainda está presente. O terrivel- ótimo passado, você nega, cai, se ergue e nega de novo, você chora, você sorri, você lembra do perfume, você lembra dos sussurros e gritos, você lembra do sangue, você lembra da dor, você lembra do amor, você sorri enquanto chora...
Neguei o óbvio por muito tempo, seu passado corre atrás de você e no momento você nem se esforça tanto pra fugir dele. Viver na sombra de outro é dificil, ser comparado a outro é dificil, mas dizem ser necessário, comparar é humano e nenhum de nós está imune a ser comparado a outrem. Sou aquele velho poeta guardado na gaveta, o cara que deu atenção e conselhos, gritou e brigou, sorriu e chorou, mas ainda assim estou na sombra. Quisera eu ser a sombra de um grande homem, quisera eu ser a sombra de uma grande história, mas não é nada disso, é apenas o que é, é apenas o que sabemos ser.
Não escolhemos as pessoas pelos seus atos de bondade ou melhoras que nos trazem, mas sim pelo quanto elas fazem o nosso coração acelerar, o quanto o olhar dela nos penetra, o quanto o suor dela se junta ao nosso, o quanto ela nos satisfaz, somos humanos, gostamos da carne, somos sujos... Somos todos iguais.
17 de abr. de 2009
Eu Não Sei Onde Eu Estou
Crystal Ball
Keane (Letra Original Inglês)
Quem é o homem que eu vejo
Onde eu deveria estar?
Eu perdi meu coração
Eu enterrei ele bem fundo
Embaixo do mar de ferro
Oh, bola de cristal, bola de cristal, salve todos nós
Me conte que a vida é bonita
Espelho, espelho na parede (Espelho, espelho meu)
Linhas cada vez mais incertas
Não tenho certeza que eu ainda estou aqui
Quanto mais eu vejo mais eu penso que eu
Estou começando a desaperecer
Oh, bola de cristal, bola de cristal, salve todos nós
Me conte que a vida é bonita
Espelho, espelho na parede (Espelho, espelho meu)
Oh, bola de cristal, ouça minha música
Eu estou sumindo
Tudo que eu sei está errado
Então me coloque aonde eu pertenço
Eu não sei onde eu estou
E eu realmente não me importo
Eu me olho nos olhos
Mas não há ninguém lá
Eu caio sobre a terra
Eu chamo sobre o ar
Mas tudo que eu consigo é apenas
O mesmo olhar velho e vazio
Você criou felicidade em um livro morto...
Verdade Não Concretizada
Alexandre Ferreira (AlxSeth)
Você tocou as cordas da minha canção.
Cantou as letras de minhas poesias.
Sorriu ao som dos meus erros.
Falou quando eu queria gritar.
Você chorou... Enquanto eu sorria...
Você criou felicidade em um livro morto.
Escreveu poemas e estórias sob minha pele.
Corrigiu os pontos e vírgulas do meu caminho.
Defendeu quando eu deveria defender.
Você lutou... Enquanto eu brincava...
Você fez o céu se abrir e chover.
Sussurrou amor em meus ouvidos.
Declarou tudo em terra e mar.
Continuou quando eu queria parar.
Você voou... Enquanto eu me enterrava...
Você coloriu tudo o que era cinza.
Guiou minhas pernas no chão.
Ergueu meus olhos para o céu.
Pintou quando eu queria apagar.
Você construiu... Enquanto eu destruía...
15 de abr. de 2009
Para Que Saia Tudo do Meu Caminho
Gritos, gritos, gritos, gritos, gritos, urros, sussurros, suspiros, gritos, ar, ar... me falta ar, me falta voz, me faltam atitudes, me falta jogar tudo pro ar. Solidão-acompanhada, amores mal-resolvidos, eterna discussão interna. Talvez deus devesse existir pra me mostrar um caminho, uma saida, um acerto. O jornal continua a povoar o mundo de mortes e crises mundias, o som continua a poluir e matar cérebros inocentes, o mundo continua a girar e não me resta nem uma palavra pra alegrar teu dia, meu dia, nosso dia, o dia. Vivi boas e más coisas, não sei quais mais quais menos, aprendi com a poesia o desabafo e o alivio que algumas palavras em uma linha podem trazer. Aprendi com cicatrizes a manter-me vivo por pior que sejam as coisas pelas quais passo, aprendi a aprender. Aprendi a julgar e não esquecer, aprendi que para morrer é preciso não mais aprender, aprendi que é muito fácil morrer, aprendi entre outras coisas que amor mata, amor casta, amor destrói. Aprendi que mentiras existem até nas mais nobres pessoas, aprendi que mentir e sorrir é humano, aprendi que chorar e mentir é humano, aprendi a ser ator quando preciso, a ser humor quando necessário, aprendi a morrer e matar, aprendi a machucar e cortar, aprendi a ser humano...Mas não aprendi o necessário, o básico pra cantar canções sobre felicidade, não aprendi a manter as pessoas longe...
Nada demais, nada a mais, nada mais!
Nada demais, nada a mais, nada mais!
7 de abr. de 2009
Por Amores e Crônicas Mal Escritas
"Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não ousavam dar", como no filme antigo que um solitário robô assiste. Atores na tela, na vida, na rua, no palco, na poesia, na música... Plantei lições de vida e colhi regras quebradas, aunque yo hablasse la lengua de los ángeles, sin amor no soy nada. Creo que no he visto nada que me abrisse os olhos, nada que me clareasse a mente e me mostrasse o poço no qual eu estava me jogando. Me dejé levar por las calles del amor, busqué por la elevación de mi ser y nada encontrei. No soy el hombre correcto, aunque yo viva mil años, sin amor nada soy. Não quero seguir a vida com os olhos tapados, não quero comer o mingau e reclamar só por força do hábito, quero mais que amor e paixão, mais que tesão e amassos, quero uma mulher que viva ao meu lado, como Úrsula Iguarán Buendia. Gracias a la vida que me ha mostrado tanto... Obrigado ao amor que me deu tanto...
Olhos abertos para o futuro, passos marcados em uma estrada nova, daqui para o fim... ou adiante
1 de abr. de 2009
É Apenas o que É
Verdade Dita Por Um Poeta da Mentira
Alexandre Ferreira (AlxSeth)
Cores enegrecem o meu quadro
Cheio de montanhas e buracos
Chuva fina que cai na estrada
Sonhos brancos, vestidos com asas
Mão de sangue, amor de mãe
Serenata cantante, palavra de dor
Gritos obscuros no quarto claro
Poesia suja com palavras belas
Batalhões de guerra armados com rosas
Sonhos negros, vestidos com asas
Mão de mãe, amor de sangue
Serenata de dor, palavra cantante
São apenas quadros
Munidos de fatos que ninguém entende
São apenas fatos
Mentidos em quadros que ninguém viu
São apenas sonhos
De alguém acordado
É apenas a insônia
De alguém que está sonhando
Mãe de sangue, mão de amor
Palavras na serenata, cantadas com dor
É apenas o que é
É apenas o que sou
É o que somos
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