28 de dez. de 2008

O Dia que O Mundo Emudeceu


Hoje eu acordei no silêncio, nada deve ser dito, o coração machucado jaz calado sem ritmo ou alegria. Mais uma vez a cabeça dói: nervosismo, sonhos quebrados, consciência pesada, maldição, nada parece importar, a cabeça dói... Me olham os felizes, me olham de longe enquanto colorem suas pinturas com os raios do sol, enquanto eu só faço enegrecer o chão onde minhas lágrimas caem. Eles me olham, estariam olhando o que sou? O que sou?
Sou a página em branco, onde alguém escreveu uma música de dor e não adicionou notas, sou a página em branco que serve para telefones que nunca vão ligar, sou a página em branco, pregada na geladeira com algum recado que ninguém lê, sou apenas uma página, cheia de cicatrizes e sonhos, mas que não serve para mais nada. Uma página que mesmo cheia de escritos é em sua essência uma página em branco. Eu sigo a canção do rádio, eu invejo os sonhos daquele baralho, eu sigo os passos do fracasso, eu corro em direção a ponte quebrada.

Eu machuquei a mim mesmo hoje e é assim que tem de ser...

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