14 de mai. de 2009

Confissão


Sorriso, riso, sem sentido o arrependimento bate a porta como a chuva cai do céu. Os lábios dela são quentes e seus olhos são lindos, sua voz sorridente seu pensamento descrente. Não há nada que possa descrever aquele momento, erro ou acerto? Falo sempre sobre o que gostaria de ter e ser, porque não falar do que não quero? Não quero a distância que afasta nossas bocas, não quero o frio que está gelando nossos corpos, não quero o olhar de ódio que você aponta pra mim. O que os livros reservaram para minha vida não passa de desejar ter e não poder, não passa de ver tudo desmoronar, não passa de erros. Os livros reservam felicidade plena para alguns, os livros cantam história de amor para outros. O perfume dela ainda está impregnado no meu quarto, eu olho o retrato dela na parede, eu choro enquanto um sorriso brota no meu rosto sujo de dor. Ela me julga tão importante quanto um filme, ela me canta nas tortuosas ruas da aflição, ela me vomita ao chão no fim de tudo. Ainda sinto o gosto de cigarro do seu beijo, ainda sinto o cheiro do nosso sexo, ainda choro as marcas que ganhei, as marcas que lhe dei. Eu mereço cada chaga do meu corpo, cada prego na minha mão, cada morte nas minhas costas, eu mereço o pecado, eu mereço a dor, eu mereço a solidão.

Uma cicatriz para cada acerto, um amor perdido para cada pecado.

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