28 de jun. de 2009
A Razão (História em Vermelho: Parte 5)
A razão bate a porta e a deixo entrar, me alivia o peso do peito, volto a respirar, pensar, enxergar. Agora vejo que tudo o que escrito foi, foi escrito em vão, o destino é sorrateiro e preciso, não há nele lugar pra paixão. Azar ou sorte? Destino ou coincidência? Duradouro ou passageiro? Tantas questões que deveriam ser respondidas e não o são. Tantos problemas a serem pensados, "mas tente não pensar isso, lembre dos momentos bons", quisera eu mostrar a todos que tudo é fácil, quisera eu ter pulso firme pra provar que mereço o que quero. Juventude esquecida e relembrada pelas poesias escritas, manias choradas, pilhas acabadas...E o céu é sempre o mesmo céu escuro e cheio de nuvens, cheio de absurdos, cheio de cicatrizes e abusos. O sol ilumina o outro lado da história, ilumina a página passada no livro de mentiras, no diário incerto de um poeta sem futuro, o sol... o sol... O sol que se escondeu dos nossos dias, que iluminou o céu de cada despedida, o sol que já sabia. Os astros sempre sabem... Dos olhos dela, lágrimas que maltratam meu coração, em sua mente, indecisa decisão e ela ainda me diz que responderia a ele mil vezes não... Disse uma vez alguém "Não abra mão dos seus sonhos, eles são o seu maior patrimônio. O homem começa a envelhecer quando as lamentações começam a tomar o lugar dos sonhos." Até hoje, me pergunto o que me fez, o que nos fez, o que nos guiou... Até hoje, sei que não foi algo em vão, mas em um mundo de sonhos, sonhos vêm e sonhos vão... Fica cada poesia, cada versão, cada pedaço de amores passados que nunca passarão...
"Se lhe ensinassem que os elfos causam a chuva, toda vez que chovesse, você veria a prova dos elfos." E se lhe ensinam que o erro é ter esperança, você é fraco e não aprende a lição.
26 de jun. de 2009
Sempre em Frente
A chuva está lá fora, gotejando do céu, chorando pro vento e gritando seus lamentos em cada trovão. Sozinho aqui neste velho quarto, ouço cair os pedaços da minha parede, minha proteção sai pela porta da frente. Minha paz morreu embaixo da cama. Estou lá, me dedicando a escrever um poema, me dedicando a tentar, a porta entreaberta deixa entrar a luz que não me ilumina, a janela toda aberta me mostra a lua e o céu vermelho, estrelas que caem e eu não vejo, versos que não chegam, inspiração onde você se escondeu? Estaria lá entregue a outro escritor, a outra pena, a outras chagas que caem no papel? Ou estaria apenas, olhando o futuro com seus sorriso triste e seus olhos chorosos? Inspiração que já não vêm, que em outros lugares se detêm, que males me traz, oh meu bem, volta e me faz sentir poeta de novo! Volta e me derrama sangue pelas palavras, me corta a carne com suas canções, me encerra o coração em suas rimas! Ela se foi, trocou-me por um poeta qualquer, não pretende mais voltar, desligou-se de mim como um todo. Aqui absorto, no meu quarto, agarro o sono da frustração, deito meu corpo no chão, ouço o som do trovão, vejo que a chuva está por vir, ela traz a sorte. Então quem sabe o amanhã, guie-me por um novo caminho e me traga a inspiração de volta, para que não mais eu fique sozinho.
Noto que o céu está sem estrelas, e a chuva é vermelha. Inspiração passageira que me amarra em teias e sorve de mim todos os versos, me larga em seguida para beijar outro alguém.
Os Filmes Estão Sendo Repetidos
Paixão + Tristeza + Lembrança + Amor = Vida = Fim
Alexandre Ferreira (AlxSeth)
Retiro o que há do lugar
depositei tudo em algo que não há
sorrio sozinho ao lembrar
quantas caricias depositadas pelo chão
A paixão não passa
O fogo queima o que havia na poesia
Enquanto o frio pega minha mão e a esfria
Estou ali a frente do espelho
Olhando no fundo dos meus olhos
Olhos negros de desespero
A tristeza não passa
A tristeza não pára
O rosto dela está distorcido nas fotos
A mão dela cai sobre a minha em vão
O peito dela é marcado pela vida
E seu rosto pelo tempo
Tempo passado não volta mais
A lembrança não passa
A lembrança não pára
A lembrança repara
Os filmes estão sendo repetidos
As músicas cantadas novamente
Enquanto uns morrem
Outros se alçam pra viver
Tudo gira, circulo da vida
O tempo não passa
O tempo não pára
O tempo repara
O tempo ampara
Quero reler o diário que não li
Rever as esquinas que não vi
Reaver os amores que não tive
Reter os afagos que não ganhei
Apreender os ensinos que não aprendi
O amor não passa
O amor não pára
O amor repara
O amor ampara
O amor escancara
Leio os versos de poesias antigas
Tão poucos podem ser aproveitados
Não serei eternizado em um livro
Muito menos em um coração
A vida não passa
A vida não pára
A vida repara
A vida ampara
A vida escancara
A vida declara
A paixão não passa
A tristeza não pára
A lembrança repara
O tempo ampara
O amor escancara
A vida declara
A morte com tudo acaba.
Can Fix All The Pain Away
My Sweet Prince
Placebo (Letra Original em Inglês)
Nunca pensei que você me faria transpirar
Nunca pensei que eu te faria o mesmo
Nunca pensei que eu me encheria de desejo
Nunca pensei que sentiria tanta vergonha
Eu e o dragão
Podemos espantar toda a dor para longe
Então antes que meu dia termine
Lembre-se
Meu doce príncipe
Você é o único
Meu doce príncipe
Você é o único
Nunca pensei que tivesse de me retirar
Nunca pensei que teria de me abster
Nunca pensei que isso fosse dar errado
Feche o buraco na minha veia
Eu e meu valioso amigo
Podemos manter longe toda a dor
Então antes que meu dia termine
Lembre-se
Meu doce príncipe
Você é o único
Meu doce príncipe
Você é o único
Nunca pensei que eu poderia chegar tão alto
Nunca pensei que você iria foder com o meu cérebro
Nunca pensei que isso tudo poderia acabar
Nunca pensei que você iria quebrar as correntes
Eu e você, meu amor
Costumávamos mandar toda a dor para longe
Então antes que meu dia termine
Lembre-se
Meu doce príncipe
Você é o único
Meu doce príncipe
Você é o único.
Ela quem escolheu...
O Êxtase (História em Vermelho: Parte 4)
A luz ilumina teu corpo, meia-luz, vejo o sútil reflexo do vermelho de seus cabelos, eu estou em você e você está em mim, o toque sútil de nossas peles desacostuma os costumes do nosso corpo, o toque firme das suas mãos retira de mim as cicatrizes de amor velho. Seu sorriso, seu olhar, seus gemidos, sua voz cheia de êxtase chama meu nome pela metade, metade que me completa que me faz só seu, seu... Seus olhos semi-cerrados, seus medos dissipados, o desejo queimando na sua alma, o amor, o amor que me faz deslizar e me perder em ti a cada minuto, segundo, hora. Seu corpo reflete a luz que nos ilumina, branco como a neve, lindo como o mar, o seu cheiro, o seu gosto, o nosso cheiro, o nosso gosto, nossos corpos, nós... momento nosso... Ali fomos, aqui somos o que é errado de tão certo. Somos o que devemos ser, fomos o que merecemos ser, merecemos o futuro, as páginas de um livro obscuro, os suspiros e sorrisos de amantes noturnos, merecemos tudo, pois ali fomos o tudo, e a nossa volta era o nada. Vestida de mim seus olhos abrem os meus olhos, seu sorriso reflete no meu sorriso e nossas bocas marcam sempre mais um beijo eterno. Aqui estamos tão discretos e tão concretos, tão juntos e tão separados, aqui estamos e o mundo poderia se dissolver a nossa volta. Quero ficar no seu corpo, feito tatuagem que é pra te dar coragem pra seguir viagem comigo por esse caminho... Nosso caminho.
"O que já era perfeito pra mim... Agora fica flutuando sem eu ter palavras pra definir... O que existe além da perfeição?" "Sim... Nós... Que entramos de cabeça num sonho... No melhor deles... E agora não sabemos (não queremos) sair"
21 de jun. de 2009
A Emoção (História em Vermelho: Parte 3)
E assim meu coração apaga o que já foi pintado nessa parede, assim meus olhos esquecem o que já foi pregado a cruz. Eu sorrio com tudo o que é dito, sou um tolo com um coração fraco, eu sorrio com o sorriso que ela solta no ar e eu carrego canções alheias para lhe cantar. Crio poemas para crer no que não cria, canto canções que não mais queria, tudo para ela... Só pra ela... A felicidade saiu da gaveta, tenho algumas teias para tirar dela e como não estou acostumado a ela, ela me traz alergia. E essa alergia me lembra que a alegria pode não ser duradoura, mas como diabos vive um poeta que vive da razão? Dou voz ao meu coração e deixo que a chuva me banhe, me lave de tudo o que era ruim e que eu guardava na minha roupa. Eu só preciso de um pouco mais de tempo, para entender que o meu intento é o que estava escrito nas linhas tortas do meu livro, e se não o for, mais uma vez caio na escuridão reservada do meu quarto, lá escrevo o sangue que cai dos meus olhos. Eu só quero cultivar a pouca felicidade que se acendeu fracamente no meu peito, olhar as estrelas com um novo fôlego, tocar os planetas com novo ardor e gritar pra lua que me ilumina. Ela virá, mais cedo ou mais tarde virá e perceberemos que não é possivel fugir do que em nós há. Não é possivel nos negar, nos ignorar, nos deixar, as estrelas são o destino de cada um de nós e o nosso céu é tão iluminado...
Toco cego a felicidade em meu peito, sinto-a pulsar em minha mão, é tão simples, intensa e digna de aproveitar. Que valha a pena cada segundo e que dure enquanto o tempo durar.
20 de jun. de 2009
Há Esquinas Que Separam Nossos Caminhos
As Estradas dos Nossos Caminhos
Alexandre Ferreira (AlxSeth)
Enquanto pingou gota a gota
Toda lágrima da minha alma.
Seu refúgio era o mundo
Iludido de sonhos e amores.
Uma luta não lutada.
Um eu te amo não amado.
Segui a estrada d’água
Que levava magoas para meu riso.
Enquanto dormia e sorria
Nesse lugar onde eu não entrei.
No paraíso dos sonhos têm
Flores de paixão em cada esquina.
E aqui no meu mundo sozinho,
Há esquinas que separam nosso caminho.
Nos letreiros coloridos
Figuras ilusórias de felicidade plena.
Nas vitrines as roupas que você comprou
E o reflexo do meu fantasma,
Que fumou o ópio do seu perfume
sorri sem vontade, nesse mundo real.
Os sonhos de amar e sorrir,
A dor do sofrer e sentir.
Separados por uma linha tênue,
Os dois seguem no mesmo caminho...
Por estradas diferentes... Sozinhos
Aqui Está Minha Voz
Aqui Está Minha Vida
Cecília Meireles
Aqui está minha vida - esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz - esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.
Aqui está minha dor - este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança - este mar solitário,
que de um lado era amor e, do outro, esquecimento.
Uma Dúvida (História em Vermelho: Parte 2)
Eu estava aqui sentado e ela estava lá sentada, os sorrisos eram fixados a todo minuto, nossos rostos tristes sorriam e desejavam, mais um pouco de tempo... As horas correm quando tudo está bem, procuro me lembrar que nem tudo está bem, assim quem sabe eu consiga mais alguns minutos ao lado dela. Eu reviro toda a minha cabeça em busca de respostas, eu ergo meus ombros pra mostrar que aguento um pouco mais de peso, eu sorrio em frente a um espelho e lembro que ali no meu peito há um pouco do que há nela. Por que ela não vê o céu como eu vejo? Por que ela não toca as estrelas como eu costumo tocar? Eu preciso de proteção pra tempestade que está por vir, eu preciso secar todas as lágrimas que caem dos olhos dela, ela merece ser feita feliz, então o que mereço eu se tudo é assim? Eu tento lembrar que a hora mais escura da noite é aquela um pouco antes do nascer do sol, mas com dois amantes da noite, o que há de acontecer quando tudo ficar claro? Eu alimento meu coração viajando pra um futuro onde tudo está certo, eu alimento a razão e minhas pernas não suportam o esforço. E aqui estou jogando tudo em palavras, buscando eternizar ela nessas tortuosas estradas, levando a dúvida em meu bolso. Será ela meu anjo, ou mais um prego em minha carne? Eu só quero sorrir enquanto me restam dentes e é isso que ela me traz, eu vou sorrir nos braços dela e a fazer sorrir comigo, eu vou segurar as mãos dela e só largar quando ela quiser. Eu vou querer, até quando o que me mantêm vivo, parar de manter.
Ali estou eu parado entre ela e a terra, e lá está ele parado entre ela e o céu...
19 de jun. de 2009
Um Momento (História em Vermelho: Parte 1)
E então surgiu a minha frente, os cabelos vermelhos esvoaçando, o olhar de tristeza carente, o desespero na mente crescente e o os braços cheios de medos. Sorri e a abracei, senti o gelo do seu corpo e o pulo do seu peito, eu a abracei e naquele abraço os olhos cerrados desmancharam o ar e o que estava construido a nossa volta. Eu voei como há muito tempo não ousava voar, ela ouviu meu coração cantar, ela ouviu a canção de esperança e medo que ele bombeava pro ar e então ela sorriu, sorriu de um modo simples e intenso, o lamento dos olhos não mais cresceu. Os lábios se tocaram, intenso e singelo, carinhoso e cheio de desejo, tão errado e tão certo. Correram-se assim os minutos e voaram-se as horas o sol intensificava a cor dos cabelos dela, eu sorria, ria, cria, eu queria, e ela provou querer também, mas os dias são curtos demais e é tudo escrito em linhas tortas. Não vejo uma luz no horizonte, que traga as respostas que eu quero, não vejo uma estrela cair pra que eu possa pedir resposta, eu não vejo, não vejo mais nada. Fui cegado pelo sorriso e pelo toque das mãos dela. Esqueci a segurança, a loucura, o medo, agora tudo isso volta a tona e eu temo, eu me culpo, eu não sei o que fazer o que dizer.
Ele me olhou confusa, eu sorri tentando mostrar/mentir que estava tudo bem.
Nunca haverá de se ter paz nessa vida, pobre escritor.
Citação do Dia
"Não se concentre nas tragédias do mundo, mas em suas esperanças."
David Niven (Ator inglês)
David Niven (Ator inglês)
17 de jun. de 2009
Eu Tenho Estado No Melhor Jeito Possível de se Estar Mal
Maybe Tomorrow
Stereophonics (Letra Original em Inglês)
Eu tenho estado pra baixo e
Estou me perguntando o porquê
Destas pequenas nuvens negras continuarem
Andando por aí comigo
Perco tempo e eu preferiria estar alto
Penso em ir caminhar lá fora e forçar um sorriso de felicidade
Enquanto choro por estar triste
Mas ser livre
Todos eles são livres
Então, talvez amanhã eu encontre meu caminho para casa
Eu olho em volta para uma bela vida
Eu tenho estado no melhor jeito possível de se estar mal
Estado dentro do nada mas
Nós respiramos, nós respiramos
Eu quero brisa e uma mente aberta
Eu quero nadar no oceano
Quero tomar meu tempo para mim
Todo pra mim
Então, talvez amanhã eu encontre meu caminho para casa
Tão Iguais na Diferença
Queria eu apenas um dia escrever um texto sobre a felicidade, mas como ser feliz e cantar sobre felicidade se o que pinga do açoite é apenas a tristeza? Olho para o horizonte, é um belo pôr-do-sol, lembro que depois de tanta beleza vêm a escuridão, isso significa algo além de rotação do planeta? Grito e tiro todo o ar do meu pulmão, pego mais um pouco do veneno guardado na gaveta, é preciso viver e sofrer um pouco mais, ter um pouco mais de stress, será que se deus exisitisse ele me levaria pro paraiso? Acho que não... De qualquer maneira, não pretendo ir pra lá muito cedo, ter esperança é idiota, mas é humano e espero que tudo mude daqui pra frente. Talvez a pôr-do-sol seja tão belo, apenas pra nos chamar a atenção de que a noite é bela e as estrelas nos vigiam lá de cima. Estou confuso, não sei mais sobre o que escrever, o baralho foi mais uma vez embaralhado e as cartas começam a ser tiradas, não há pressa ou diversão, há apenas a expectativa para um bom futuro e o medo de que tudo isso seja em vão.
Será mesmo que o negativismo dela está me afetando? E aqui algumas palavras/pensamentos dela, outras(os) não.
15 de jun. de 2009
Quero Nada
Desejos Inaceitáveis
Alexandre Ferreira (AlxSeth)
Quero marcar no teu corpo
o sangue negro do meu rosto,
marcar na sua alma
o castanho dos meus olhos.
Quero molhar seu corpo
com as lágrimas da chuva,
rasgar seu couro
com as unhas do vento.
Quero agarrar seus suspiros
com meus ouvidos,
segurar suas mãos
com meus finos dedos.
Quero gritar o seu nome
com a pouca canção que me resta,
amarrar seus abraços
com a forca do meu pescoço.
Quero assustar os seus medos
com meus singelos gracejos,
julgar os teus erros
com o que me resta de sanidade.
Quero poder ter
Com a liberdade que me resta
Poder querer... te querer.
11 de jun. de 2009
Não Faça Seu Caminho um Caminho Errado
Voceu
Alexandre Ferreira (AlxSeth)
Olho nos seus olhos
poços escuros de tormento
sua alma despedaçada
se esconde atrás de risos
Seu corpo com marcas de morte
corre solitário atrás de sorte
Lábios tatuados pelo corpo
Lágrimas cravadas no rosto
Lavo seus pés machucados
Quem sabe deles escorram seus pecados
Quem sabe você não mais pise em erros
Não faça seu caminho, um caminho errado
Lavo seu corpo cicatrizado
Despedaçado pelo tempo
Assim dele sumirão suas cicatrizes
E não mais cortará seu coração
Lavo você, olho você
Desprezo você, Desencorajo você
Uma imagem em um espelho
Eu, apenas eu...
Devia Ter me Importado Menos
Epitáfio
Titãs
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe alegria
E a dor que traz no coração...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...
(Des)Construção
Eu larguei tudo o que eu segurava, livrei meus ombros de pesos preciosos, mas nada mudou. Os dias são apenas mais calmos, sem sangue ou luta, são parados, são cheios de chuva. Quero viver com um sonho o resto da vida, viver com a música que me importa, com as letras que me cortam. Apenas aproveitar enquanto o meu dia não chega e quando chegar descansar e aproveitar o que chamam eternidade. Ao lado de outros lutei, eles tombaram, eu vivi, deveria agradecer ou lutar pra manter a força nas minhas pernas, mas se todos já cairam, o que pode um soldado contra um exército? O exército de duas pessoas já não existe, ficou enterrado no passado que insiste em perturbar. Não são mais dois contra o mundo, são dois caminhos cavados pra baixo, com sangue e restos de outros que já passaram por isso. Não são duas almas em um corpo, ou dois corpos em um, são pedaços, (des)pedaços de um pseudo corpo, (des) pedaços de uma despedaçada alma. Eu quero tudo na penumbra, num quarto onde eu não possa entrar, quero apagar seus afagos, seus olhos fechar. Não quero mais isso, essa, aquilo, aquela, quero a solidão, companheira de escritos, de filmes, de chuva... E assim não precisarei mais juntar meus pedaços que correm pelo chão.
Me tragam mais um comprimido de desesperança e um gole de destruição. Assim (Des)construo o que há em meu coração...
7 de jun. de 2009
Se de Ti Fujo É que Te Adoro E Muito!
Amor e Medo
Casimiro de Abreu
Quando eu te vejo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
— "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"
Como te enganas! meu amor, é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...
Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.
O véu da noite me atormenta em dores
A luz da aurora me enternece os seios,
E ao vento fresco do cair cias tardes,
Eu me estremece de cruéis receios.
É que esse vento que na várzea — ao longe,
Do colmo o fumo caprichoso ondeia,
Soprando um dia tornaria incêndio
A chama viva que teu riso ateia!
Ai! se abrasado crepitasse o cedro,
Cedendo ao raio que a tormenta envia:
Diz: — que seria da plantinha humilde,
Que à sombra dela tão feliz crescia?
A labareda que se enrosca ao tronco
Torrara a planta qual queimara o galho
E a pobre nunca reviver pudera.
Chovesse embora paternal orvalho!
Ai! se te visse no calor da sesta,
A mão tremente no calor das tuas,
Amarrotado o teu vestido branco,
Soltos cabelos nas espáduas nuas! ...
Ai! se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio,
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos — palpitante o seio!...
Ai! se eu te visse em languidez sublime,
Na face as rosas virginais do pejo,
Trêmula a fala, a protestar baixinho...
Vermelha a boca, soluçando um beijo!...
Diz: — que seria da pureza de anjo,
Das vestes alvas, do candor das asas?
Tu te queimaras, a pisar descalça,
Criança louca — sobre um chão de brasas!
No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
Ébrio e sedento na fugaz vertigem,
Vil, machucara com meu dedo impuro
As pobres flores da grinalda virgem!
Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra,
E tu serias no lascivo abraço,
Anjo enlodado nos pauis da terra.
Depois... desperta no febril delírio,
— Olhos pisados — como um vão lamento,
Tu perguntaras: que é da minha coroa?...
Eu te diria: desfolhou-a o vento!...
Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo.
Se de ti fujo é que te adoro e muito!
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo!...
A Festa Acabou
E agora, Alexandre? A festa acabou as cortinas cairam e tudo veio a tona. E agora, Alexandre? Sorrir não mais, cantar não mais, apenas poesia, só poesia. E agora, Alexandre? Suas possibilidades estão todas no chão e todos os seus sonhos tem de ser enterrados o quanto antes. E agora, Alexandre? O que te resta é aconselhar quem quer conselho, solucionar problemas alheios e manter a máscara que pende no seu rosto. E agora, Alexandre? Julga quem te quis, assim como julgou o amor que sentia por quem quer. E agora, Alexandre? Os filmes coloridos já são uma chatice, o olhar de amor já é cego e a contradição é sua morada. E agora, Alexandre? Perguntas devem ser respondidas e você não esperava ser tão cedo. E agora, Alexandre? Suas horas passam, os minutos correm e os segundos já nem existem, falta pouco pra vida. E agora, Alexandre? Continua perdendo seu tempo em frente ao computador, em vez de levantar e ir viver.
E agora, Alexandre? Já é tarde demais...
6 de jun. de 2009
Tiro Rimas, Poesia Aqui Jaz
Sem Titulo Prefiro (ou Manuscrito Nada, apenas Digito)
Alexandre Ferreira (AlxSeth)
Respiro o ar dessas nuvens
Adquiro o mar desse céu
Transpiro sonhos em rio
Atiro montanhas ao léu
Giro meu corpo na neve
Retiro meus pés do chão
Deliro absorto na terra
Prefiro Bocage a Platão
Miro seus olhos no paraiso
Firo meu lombo no inferno
Reviro sozinho essa areia
Vampiro antigo não moderno
Crio milagres pra não crer
Inquiro questões sem saber
Readquiro manias sem ver
Conspiro sem saber descrever
Aspiro um dia fazer poemas
Admiro quem já o faz
Suspiro por velhas paixões
Tiro rimas, poesia aqui jaz
Transfiro tudo pro caderno
Sugiro solidão a amantes
Profiro sempre as verdades
Pretiro o verso de antes
Ingiro pingos de chuva
Desfiro meu último fico
Estiro meu corpo no seu
quebro tudo e Expiro.
4 de jun. de 2009
Dos Tristes Recados Que Criei Pra Você
Sem Estar Lá, Lá Embaixo Estou
Alexandre Ferreira (AlxSeth)
Me leve para baixo
Lá onde repousa ao seu lado
O velho e triste diabo
Que diz te amar
Mas este sou eu
O jovem não morto
Que lhe ama o pescoço
E o resto do corpo
Me leve para baixo
Onde me encontrarei
Magoado e atado
Ao problema que amei
Um velho diabo
Que tem um jovem legado
De tristes recados
Que criei pra você.
Fez-se de Triste o Que se Fez Amante
Soneto da Separação
Vinicius de Morais
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Citação do Dia
"A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência."
Mahatma Gandhi
Mahatma Gandhi
Me Sinto Prometeu
Agora nem mesmo durante o sono escapo do fantasma que você cravou em minha mente, o mundo girando e eu insistindo em voltar pro mesmo lugar. Evolui essa semana e desevolui na seguinte, limpei minhas chagas com sabedoria e as marquei novamente com o coração. Qual a escolha certa a fazer? Sempre que minhas feridas se curam, você vêm logo abri-las novamente, todo ano, todo mês, toda hora. Seus cabelos ainda estão guardados no meu colchão, suas unhas ainda cruzam as minhas costas e os seus lábios ainda marcam o meu corpo. Eu vejo o lugar onde você se colocou, o eterno abismo que escolheu, eu tenho dó, apenas dó é o que eu consigo sentir por você, o resto está sendo arrastado para o fundo do poço onde você pretende ficar. Eu posso mergulhar fundo nos livros e esquecer seu sorriso, seus gritos, seu medo e lá me encontrar com o papel perfeito que queria que você interpretasse em nosso filme. Disseram uma vez que não se pode mudar as pessoas, eu discordei, mas você provou que eu estava errado, que eu era um jovem sonhador, um "moleque quadrado", um jovem velho. Eu sinto você me espiando pelas esquinas, me seguindo pelas poesias, me perseguindo pelos céus, me matando no escuro. Eu sinto você em tudo, mas não me sinto bem assim. Só queria poder saber, quanto de amor eu desperdicei, pegá-lo de volta e o entregar a quem mereça, posso eu fazer isso?
Hoje eu só quero viver, um pouco mais para saber o que fiz eu pra merecer, os grilhões que me atam a você.
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