19 de jun. de 2009

Um Momento (História em Vermelho: Parte 1)


E então surgiu a minha frente, os cabelos vermelhos esvoaçando, o olhar de tristeza carente, o desespero na mente crescente e o os braços cheios de medos. Sorri e a abracei, senti o gelo do seu corpo e o pulo do seu peito, eu a abracei e naquele abraço os olhos cerrados desmancharam o ar e o que estava construido a nossa volta. Eu voei como há muito tempo não ousava voar, ela ouviu meu coração cantar, ela ouviu a canção de esperança e medo que ele bombeava pro ar e então ela sorriu, sorriu de um modo simples e intenso, o lamento dos olhos não mais cresceu. Os lábios se tocaram, intenso e singelo, carinhoso e cheio de desejo, tão errado e tão certo. Correram-se assim os minutos e voaram-se as horas o sol intensificava a cor dos cabelos dela, eu sorria, ria, cria, eu queria, e ela provou querer também, mas os dias são curtos demais e é tudo escrito em linhas tortas. Não vejo uma luz no horizonte, que traga as respostas que eu quero, não vejo uma estrela cair pra que eu possa pedir resposta, eu não vejo, não vejo mais nada. Fui cegado pelo sorriso e pelo toque das mãos dela. Esqueci a segurança, a loucura, o medo, agora tudo isso volta a tona e eu temo, eu me culpo, eu não sei o que fazer o que dizer.
Ele me olhou confusa, eu sorri tentando mostrar/mentir que estava tudo bem.

Nunca haverá de se ter paz nessa vida, pobre escritor.

Um comentário:

Anônimo disse...

God...