11 de jun. de 2009

(Des)Construção


Eu larguei tudo o que eu segurava, livrei meus ombros de pesos preciosos, mas nada mudou. Os dias são apenas mais calmos, sem sangue ou luta, são parados, são cheios de chuva. Quero viver com um sonho o resto da vida, viver com a música que me importa, com as letras que me cortam. Apenas aproveitar enquanto o meu dia não chega e quando chegar descansar e aproveitar o que chamam eternidade. Ao lado de outros lutei, eles tombaram, eu vivi, deveria agradecer ou lutar pra manter a força nas minhas pernas, mas se todos já cairam, o que pode um soldado contra um exército? O exército de duas pessoas já não existe, ficou enterrado no passado que insiste em perturbar. Não são mais dois contra o mundo, são dois caminhos cavados pra baixo, com sangue e restos de outros que já passaram por isso. Não são duas almas em um corpo, ou dois corpos em um, são pedaços, (des)pedaços de um pseudo corpo, (des) pedaços de uma despedaçada alma. Eu quero tudo na penumbra, num quarto onde eu não possa entrar, quero apagar seus afagos, seus olhos fechar. Não quero mais isso, essa, aquilo, aquela, quero a solidão, companheira de escritos, de filmes, de chuva... E assim não precisarei mais juntar meus pedaços que correm pelo chão.

Me tragam mais um comprimido de desesperança e um gole de destruição. Assim (Des)construo o que há em meu coração...

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