4 de jun. de 2009

Me Sinto Prometeu


Agora nem mesmo durante o sono escapo do fantasma que você cravou em minha mente, o mundo girando e eu insistindo em voltar pro mesmo lugar. Evolui essa semana e desevolui na seguinte, limpei minhas chagas com sabedoria e as marquei novamente com o coração. Qual a escolha certa a fazer? Sempre que minhas feridas se curam, você vêm logo abri-las novamente, todo ano, todo mês, toda hora. Seus cabelos ainda estão guardados no meu colchão, suas unhas ainda cruzam as minhas costas e os seus lábios ainda marcam o meu corpo. Eu vejo o lugar onde você se colocou, o eterno abismo que escolheu, eu tenho dó, apenas dó é o que eu consigo sentir por você, o resto está sendo arrastado para o fundo do poço onde você pretende ficar. Eu posso mergulhar fundo nos livros e esquecer seu sorriso, seus gritos, seu medo e lá me encontrar com o papel perfeito que queria que você interpretasse em nosso filme. Disseram uma vez que não se pode mudar as pessoas, eu discordei, mas você provou que eu estava errado, que eu era um jovem sonhador, um "moleque quadrado", um jovem velho. Eu sinto você me espiando pelas esquinas, me seguindo pelas poesias, me perseguindo pelos céus, me matando no escuro. Eu sinto você em tudo, mas não me sinto bem assim. Só queria poder saber, quanto de amor eu desperdicei, pegá-lo de volta e o entregar a quem mereça, posso eu fazer isso?

Hoje eu só quero viver, um pouco mais para saber o que fiz eu pra merecer, os grilhões que me atam a você.

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