21 de jun. de 2009

A Emoção (História em Vermelho: Parte 3)


E assim meu coração apaga o que já foi pintado nessa parede, assim meus olhos esquecem o que já foi pregado a cruz. Eu sorrio com tudo o que é dito, sou um tolo com um coração fraco, eu sorrio com o sorriso que ela solta no ar e eu carrego canções alheias para lhe cantar. Crio poemas para crer no que não cria, canto canções que não mais queria, tudo para ela... Só pra ela... A felicidade saiu da gaveta, tenho algumas teias para tirar dela e como não estou acostumado a ela, ela me traz alergia. E essa alergia me lembra que a alegria pode não ser duradoura, mas como diabos vive um poeta que vive da razão? Dou voz ao meu coração e deixo que a chuva me banhe, me lave de tudo o que era ruim e que eu guardava na minha roupa. Eu só preciso de um pouco mais de tempo, para entender que o meu intento é o que estava escrito nas linhas tortas do meu livro, e se não o for, mais uma vez caio na escuridão reservada do meu quarto, lá escrevo o sangue que cai dos meus olhos. Eu só quero cultivar a pouca felicidade que se acendeu fracamente no meu peito, olhar as estrelas com um novo fôlego, tocar os planetas com novo ardor e gritar pra lua que me ilumina. Ela virá, mais cedo ou mais tarde virá e perceberemos que não é possivel fugir do que em nós há. Não é possivel nos negar, nos ignorar, nos deixar, as estrelas são o destino de cada um de nós e o nosso céu é tão iluminado...

Toco cego a felicidade em meu peito, sinto-a pulsar em minha mão, é tão simples, intensa e digna de aproveitar. Que valha a pena cada segundo e que dure enquanto o tempo durar.

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