26 de jun. de 2009

Sempre em Frente


A chuva está lá fora, gotejando do céu, chorando pro vento e gritando seus lamentos em cada trovão. Sozinho aqui neste velho quarto, ouço cair os pedaços da minha parede, minha proteção sai pela porta da frente. Minha paz morreu embaixo da cama. Estou lá, me dedicando a escrever um poema, me dedicando a tentar, a porta entreaberta deixa entrar a luz que não me ilumina, a janela toda aberta me mostra a lua e o céu vermelho, estrelas que caem e eu não vejo, versos que não chegam, inspiração onde você se escondeu? Estaria lá entregue a outro escritor, a outra pena, a outras chagas que caem no papel? Ou estaria apenas, olhando o futuro com seus sorriso triste e seus olhos chorosos? Inspiração que já não vêm, que em outros lugares se detêm, que males me traz, oh meu bem, volta e me faz sentir poeta de novo! Volta e me derrama sangue pelas palavras, me corta a carne com suas canções, me encerra o coração em suas rimas! Ela se foi, trocou-me por um poeta qualquer, não pretende mais voltar, desligou-se de mim como um todo. Aqui absorto, no meu quarto, agarro o sono da frustração, deito meu corpo no chão, ouço o som do trovão, vejo que a chuva está por vir, ela traz a sorte. Então quem sabe o amanhã, guie-me por um novo caminho e me traga a inspiração de volta, para que não mais eu fique sozinho.

Noto que o céu está sem estrelas, e a chuva é vermelha. Inspiração passageira que me amarra em teias e sorve de mim todos os versos, me larga em seguida para beijar outro alguém.

2 comentários:

Anônimo disse...

estarei sempre com vc.

Feer Amaral disse...

Suas palavras são tão cheias de sentimento que dóem no profundo da alma...
Texto perfeito!!

Bjo, Paz e Força Sempre!!

Fernanda Amaral!